O Natal está a chegar! E, por isso, está a chegar a época do Presépio e da Árvore de Natal, dos presentes e… da poesia de Natal! No Natal, as palavras ganham novas dimensões e podem significar muito para quem as escuta ou lê num cartão de Natal. Declamar um poema de Natal numa reunião familiar, escrever um pequeno poema de Natal nos cartões de Boas Festas ou descobrir a poesia de Natal dos cânticos natalícios embeleza e amplia o significado desta quadra. Descubra poemas de Natal de poetas portugueses, poemas de Natal com rimas e tantos outros. Encontre um poema de Natal bonito para escrever nos cartões de presentes ou o poema de Natal perfeito que vai declamar na ceia natalícia.
- Poemas de Natal de poetas portugueses
- Quando um Homem Quiser – Ary dos Santos, in ‘As Palavras das Cantigas’
- Natal, e não dezembro – David Mourão-Ferreira, in ‘Cancioneiro de Natal’
- a fava – Vasco Graça Moura, in ‘O Retrato de Francisca Matroco e Outros Poemas’
- Voto de Natal – David Mourão-Ferreira, in ‘Cancioneiro de Natal’
- Natal cada Natal – António Manuel Couto Viana, in ‘Mínimos’
- Talvez Natal – António Manuel Couto Viana, in ‘O Velho de Novo’
- Pequenos poemas de Natal para crianças
- Poemas de Natal com rimas
- Cânticos de Natal tradicionais
Poemas de Natal de poetas portugueses
Quando um Homem Quiser – Ary dos Santos, in ‘As Palavras das Cantigas’
Natal é em dezembro
mas em maio pode ser
Natal é em setembro
é quando um homem quiser
Natal é quando nasce
uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto
que há no ventre da mulher
Natal, e não dezembro – David Mourão-Ferreira, in ‘Cancioneiro de Natal’
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não dezembro,
talvez universal a consoada.
a fava – Vasco Graça Moura, in ‘O Retrato de Francisca Matroco e Outros Poemas’
espero que me calhe aquela fava
que é costume meter no bolo-rei:
quer dizer que o comi, que o partilhei
no natal com quem mais o partilhava
numa ordem das coisas cuja lei
de afetos e memória em nós se grava
nalgum lugar da alma e que destrava
tanta coisa sumida que, bem sei,
pela sua presença cristaliza
saudade e alegria em sons e brilhos,
sabores, cores, luzes, estribilhos…
e até por quem nos falta então se irisa
na mais pobre semente a intensa dança
de tempo adulto e tempo de criança.
Voto de Natal – David Mourão-Ferreira, in ‘Cancioneiro de Natal’
Acenda-se de novo o Presépio no Mundo!
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!
Como quem na corrida entrega o testemunho,
passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.
E a corrida que siga, o facho não se apague!
Eu aperto no peito uma rosa de cinza.
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
para sentir no peito a rosa reflorida!
Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,
como a casca do ovo ao latejar-lhe vida…
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:
dentro de mim não sei qual é que se eterniza.
Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas!
O calor destas mãos nos meus dedos tão frios?
Acende-se de novo o Presépio nas almas.
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.
Natal cada Natal – António Manuel Couto Viana, in ‘Mínimos’
Quando na mais sublime dor,
A mulher dá à luz,
Há sempre um Anjo Anunciador
A murmurar-lhe ao coração – Jesus!
Cada criança é o Céu que vem
Pra nos remir do pecado
E as palhas d’oiro de Belém
Espalham-se no berço, como um Sol espelhado
Por sobre o lar presepial, o brilho
Da estrela abre o convite dos portais:
Vinde adorar a floração do filho
No alvoroço da raiz dos pais.
Talvez Natal – António Manuel Couto Viana, in ‘O Velho de Novo’
Que a minha poesia
Jorre de novo em fonte.
Tu que fazes, Maria?
Vou beijar-te na fronte.
Que a rosa da alegria
Volte a esfolhar-se em mim.
Tu que fazes, Maria?
Colho-a no meu jardim.
Que eu tome cada dia
O alvor da comunhão.
Tu que fazes, Maria?
O milagre do pão.
Que graça te alumia?
Quem te sublima em luz?
Tu que fazes, Maria?
Trago ao colo Jesus.
Pequenos poemas de Natal para crianças
Este menino – Maria Alberta Menéres
Este Menino
é pequenino,
qual passarinho
a querer poisar
devagarinho.
Devagarinho
poisa no ninho
que o colo tem:
ninho do colo
da sua mãe.
Eu queria ser Pai Natal – Luísa Ducla
Eu queria ser Pai Natal
E ter carro com renas
Para pousar nos telhados
Mesmo ao pé das antenas.
Descia com o meu saco
Ao longo da chaminé,
Carregado de brinquedos
E roupas, pé ante pé.
Em cada casa trocava
Um sonho por um presente
Que profissão mais bonita
Fazer a gente contente!
Poemas de Natal com rimas
Natal
Natal, é para ser todos os dias.
Nos nossos corações, nas nossas mentes.
O Natal não está nos presentes, está na ajuda ao próximo e na compreensão.
É darmos as mãos e sentirmo-nos irmãos.
Dorme, dorme…
Vai-te embora, passarinho, vai-te embora, passarinho,
Deixa a baga ao loureiro.
Deixa dormir o menino, deixa dormir o menino,
Que ‘sta no sono primeiro.
Dorme, dorme, meu menino, dorme, dorme, meu menino,
Que a mãezinha logo vem.
Foi lavar os cueirinhos, foi lavar os cueirinhos
À fontinha de Belém.
É Natal
É Natal, é Natal
Tudo bate o pé
Vamos pôr o sapatinho
Lá na chaminé
Cânticos de Natal tradicionais
Bate o Sino
Bate o sino pequenino
Sino de Belém
Já nasceu Deus menino
Para o nosso bem
Hei-de ir ao Presépio
Eu hei-de m’ir ao presépio
A assentar-me num cantinho
A ver com’o Deus Menino
Nasceu lá tão pobrezinho.
Olhei para o Céu
Olhei para o céu, estava ‘strelado
Vi o Deus Menino, em palhas deitado
Em palhas deitado, em palhas ‘squecido
Filho de uma rosa, de um cravo nascido.
Alegrem-se os céus e a Terra
Entrai, pastores, entrai,
Por esse portal sagrado,
Vinde adorar o Menino,
Numas palhinhas deitado.
Poema de Natal – A essência natalícia em poucas palavras
Para tornar os seus presentes ainda mais especiais, escreva um poema de Natal num cartão bonito. llustre o seu cartão com desenhos ou pinturas a aguarela. Também pode decorar o cartão com flores e folhas secas ou fotografias. E, por que não, oferecer um poema de Natal com um ramo de rosas vermelhas ou uma Estrela de Natal? Deixe-se levar pela beleza das flores e pela magia de um poema de Natal!
O Natal está a chegar e desejamos que o seu Natal seja como uma estrela brilhante, que floresce nos corações e na vida!